Os 50 maiores

Depois de vários anos de queda nas vendas dos principais fabricantes de máquinas do mundo, este ano a Yellow Table testemunha as maiores receitas desde 2013.

Yellow table 2017 2

O exercício passado foi um ano importante para a indústria da construção em nível mundial, pelo que não é surpreendente anunciar que as receitas dos 50 maiores fabricantes de equipamentos cresceram no período. Na Yellow Table passada, registrou-se que as vendas feitas em 2016 haviam ficado um pouco abaixo dos US$ 130 bilhões; na presente edição (baseada em receitas de 2017), o resultado alcançou respeitáveis US$ 162 bilhões, saudável aumento de mais de 24%.

Ao observar as cinco maiores empresas da lista, pode-se ter uma ideia de como foi bom 2017. A Caterpillar, que continua sendo o maior fabricante de equipamentos do mundo, experimentou aumento de 24,8% nas suas vendas, passando de US$ 21,3 bilhões em 2016 para mais de US$ 26,6 bilhões no ano passado; a Komatsu se regozija com um aumento de mais de 37%, alcançando uma receita total de US$ 19,2 bilhões; a receita da Hitachi cresceu nada menos do que 27,6%, passando de US$ 6,5 bilhões em 2016 para US$ 8,3 bilhões; enquanto a receita da Volvo aumentou 32,2%, passando de US$ 5,9 bilhões para US$ 7,8 bilhões; e, fechando os cinco primeiros, a Liebherr viu suas vendas subirem 19,6%, passando de US$ 6,1 bilhões para US$ 7,3 bilhões. Em 2017, as vendas de construção dos cinco maiores fabricantes do mundo somaram um assombroso total de US$ 69,3 bilhões.

As cinco empresas principais continuam sendo as mesmas, a única diferença é que a Volvo e a Liebherr trocam de lugar: a sueca sobe um lugar e a alemã baixa um posto para ficar em quinta na lista.

Grandes movimentos

Dados revelados pela consultoria Off-Highway Research mostram até que ponto o mercado global se recuperou, quando se trata de venda de maquinário. Um dos principais impulsionadores deste crescimento foi a China, onde as vendas de equipamentos subiram 82%, superando as 200 mil unidades vendidas pela primeira vez desde 2014.

O maior impulsionador do mercado chinês foram as escavadeiras sobre esteiras, cujas vendas em termos de unidades cresceram 125% entre 2016 e 2017. As miniescavadeiras também experimentaram um aumento significativo, com um crescimento de 88%. Com estes dados em mente, não surpreende que as empresas chinesas tenham percebido o maior crescimento no ranking deste ano. Por exemplo, a XCMG subiu duas posições até a sexta posição, e a Sany Heavy Industries voltou ao Top 10 saltando três posições e chegando ao oitavo lugar.

Mais abaixo na lista, no entanto, há avanços ainda mais significativos. A Sunward, que era o número 47 na tabela do ano passado, subiu sete postos e ficou em 40ª. A companhia, fundada em 1999, produz diferentes tipos de máquina, mas está muito envolvida no segmento de escavadeiras, produzindo mini, pequenas, médias e grandes. O crescimento de 125% nas escavadeiras sobre esteiras na China e a subida da Sunward na tabela estão certamente relacionados.

Olhando o outro lado da moeda, há um par de companhias japonesas que experimentaram um ano mais difícil. Mesmo que com Komatsu e Hitachi o Japão conte com duas representantes entre as cinco maiores empresas do setor no mundo, o ano de 2017 foi difícil para a Kobelco, que caiu quatro lugares e ficou em 17ª, e a Tadano, que perdeu sete posições, passando do posto 20 ao 27.

A Tadano, empresa fabricante de guindastes, afirmou que o mercado de guindastes móveis é o grande influenciador de suas vendas negativas. Os resultados financeiros da empresa para seu terceiro trimestre (abril de 2017 a dezembro de 2017) mostraram que as vendas totais da companhia diminuíram 6,3% na comparação com o ano fiscal anterior, enquanto que as vendas de guindastes móveis diminuíram 13%.

Também do Japão vem a única empresa nova na lista: a Sakai Heavy Industries. A empresa produz compactadores de solo, rolos de asfalto, equipamentos de manutenção rodoviária e máquinas leves. A Sakai substitui a indiana BEML, que apesar de publicar um aumento interessante nas cifras do ano passado, saiu da Yellow Table.

Em termos de cota de mercado, seguem na liderança as empresas dos Estados Unidos, mas com margem que parece cada vez menor. Elas representaram 26,3% das receitas geradas pelos 50 maiores, o que representa uma diminuição de dois pontos porcentuais com relação ao ano passado, e não muito à frente das empresas japonesas, que mantiveram sua cota de 24,8%.

Não é surpresa que as empresas chinesas tenham dado um forte salto neste âmbito, passando de uma participação de 11,4% na Yellow Table do ano passado para 14% nesta edição.

A maioria dos outros países na tabela se mantiveram estáveis, alguns com exatamente o mesmo porcentual ou com variações de 0,1%.

Panorama

Como indicam os gráficos e a análise da Yellow Table, 2017 foi um ano próspero para o setor. Não obstante, há que se advertir que este crescimento vem depois de vários anos de vendas decrescentes. Desde um máximo de 2012 de US$ 186 bilhões, o mercado caiu consideravelmente: em 2013 decresceu 12% e ficou em US$ 163 bilhões, em 2014 o número final ficou em US$ 159 bilhões, em 2015 novo retrocesso de 16% levou o mercado para o nível de US$ 133 bilhões (o mais baixo desde 2009). A queda de 3% em 2016 para US$ 130 bilhões parecia baixa em comparação com o que havia sucedido antes, mas continuava sendo notícia ruim.

A receita de US$ 163 bilhões em 2017 é, portanto, muito bem-vinda, embora seja necessário ter cautela e não perder de vista o fato de que apenas voltamos ao nível de 2013. Até o momento, tudo aponta a que 2018 irá experimentar novo crescimento, ainda que provavelmente não nos mesmos níveis verificados em 2017.

Como sempre, o que acontecer na China terá uma grande influência, e há esperanças de que os projetos de infraestrutura do país, no programa “One Belt One Road”, lançado pelo governo no final de 2016, continuem impulsionando o mercado em todos os níveis, aumentando as vendas de máquinas de construção, em particular no segmento de movimentação de terra de maior porte.

A economia da América do Norte vem se aproveitando de um crescimento recente, com os Estados Unidos experimentando altas de 3,2% e 2,6% no terceiro e quarto trimestres de 2017, respectivamente. Quem trabalha na indústria de construção espera ver como evoluem as taxas de 25% propostas pelo presidente Donald Trump sobre o aço importado, e de 10% sobre o alumínio; e se mantêm as expectativas sobre o plano bilionário que ele anunciou para a infraestrutura. Ambos os elementos podem ter influência considerável sobre a indústria e aqueles que operam dentro dela.

Depois de vários anos difíceis para as vendas de máquinas de construção, é mais provável que este ranking reflita, no ano que vem, um crescimento bastante menor aos 21% verificados aqui, mas que deve registrar sólidos ganhos.

Metodologia

As posições na Yellow Table se baseiam nas vendas, em dólares americanos, no ano calendário de 2017. As moedas nacionais foram convertidas em dólares, com base nas taxas de câmbio médias calculadas com as variações vistas ao longo de 2017. Os dados são recolhidos de uma variedade de fontes, incluindo contas auditadas, balanços das empresas e outras fontes de boa reputação.

No Japão, Índia e alguns outros países, o uso do ano fiscal (que terminou em 31 de março) torna impossível estabelecer a informação do ano calendário. Nestes casos, usaram-se os resultados do ano fiscal. Em alguns casos, a International Construction estimou as receitas baseando-se em dados históricos e tendências da indústria. Embora tenham sido feitos todos os esforços para assegurar que a informação contida neste informe seja exata, a iC não se responsabiliza por erros ou omissões. Se deseja comentar a Yellow Table, ou considera que sua empresa deva ser incluída, por favor envie um e-mail para o editor da revista iC, [email protected].

As maiores receitas desde 2013

As vendas de máquinas se recuperaram com força em 2017 depois de vários anos de redução.

Em 2016, a diminuição no faturamento de vendas de equipamentos de construção para as empresas na Yellow Table foi de 3%, equivalente a uma queda de US$ 3 bilhões em relação a 2015. Os resultados para 2017 são marcadamente diferentes, com o setor disfrutando um aumento de 21,5%, que em termos financeiros se traduz em US$ 32 bilhões.

Como se discute no conteúdo deste artigo, a China teve papel fundamental neste aumento e se espera que a demanda continue em alta devido a numerosos projetos de infraestrutura de governo do país asiático, que frequentemente são de escala gigantesca.

Os primeiros indícios em 2018 apontam a que os preços das matérias-primas continuarão em aumento. Algumas das reservas existentes estão sendo consumidas pela forte demanda, o que provoca um aumento nos preços. A isto se deve complementar as sólidas perspectivas globais econômicas gerais para o presente exercício, que provavelmente gerarão uma maior demanda e poderiam ter influência sobre o ranking.

Mas o otimismo levantado pelos resultados deste ano deve ser cauteloso, dado que é pouco provável que em 2018 se repita o mesmo nível de crescimento do ano passado.

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