Grande salto da Tracbel
23 December 2021
São 5 décadas de história, onde o Grupo Tracbel através da distribuição de equipamentos e soluções de transporte alcançou uma linhagem de feitos marcantes: primeira concessionária de veículos e equipamentos pesados do Brasil com e-commerce para peças, representação da marca Kalmar que fornece soluções em equipamentos logísticos e portuário, e mais duas filiais nas cidades de Balsas-MA e São José do Rio Preto-SP.
O início se deu em 1967, prestando serviços de manutenção em equipamentos de terraplanagem e mineração, para em 1983 enveredar para o mercado de venda e pós-venda de equipamentos pesados.
Já em 2016 novos rumos para a empresa com aquisição do negócio de Caminhões e Ônibus Volvo na região Norte do País, sendo o primeiro dealer da América Latina a oferecer a solução completa Volvo em 5 casas: Macapá-AP, Marituba-PA, Manaus-AM, Marabá-PA e Paragominas-PA.
A partir de 2018, se estabelecem como concessionária da marca Volvo, 4 filiais sediadas em: Itaitinga-CE, Teresina-PI, São Luís-MA e Imperatriz-MA.
A Construção Latino-Americana conversa com Luiz Gustavo Rocha de Magalhães Pereira, CEO do Grupo Tracbel sobre sua evolução no mercado e os desembrulhos atuais.
A Tracbel obteve 9,7 pontos na tradicional CSS (Pesquisa de Satisfação do Cliente) realizada mensalmente pela corporação entre as concessionárias da Volvo Construction Equipment. Como foi receber essa notícia?
Foi uma satisfação muito grande, uma vez que já vínhamos obtendo notas superiores a 9 há algum tempo. Mas 9.7 nenhum distribuidor na América Latina havia alcançado e foi bastante gratificante para todos nós, em um trabalho de longo prazo. Aplicamos a filosofia ‘Lean’ (ou Sistema Toyota de Produção que visa otimizar os custos e reduzir o tempo e os desperdícios de uma empresa), e refreamos muito o tempo de atendimento, zelando pela qualidade e a excelência. Um exemplo, vem de nossa filial de Sumaré (SP), onde a redução de tempo de atendimento foi de 50%, mantendo o nível de satisfação dos nossos clientes. Aliado a isso, demos muita atenção também ao treinamento, comunicação, engajamento de todos nós como unidade, com um trabalho interno bastante estruturado e harmonizado com nossos propósitos.
Uma ótima notícia em meio à pandemia. Como a Tracbel vem lidando com a Covid nesses 21 ininteligíveis meses?
Esse prêmio realmente foi bem-vindo, uma vez que todos de alguma forma, se viram afetados em algum grau pela COVID. Perdemos 3 amigos na Tracbel, e desde o início estabelecemos um comitê, com um gerenciamento de crise, para discutirmos sobre esses desdobramentos e evolução da pandemia. Hoje, não temos nenhum caso grave nem internação, e felizmente, chegamos nesse patamar. Estabelecemos ações para ajudar também como a campanha “Não Demita”, (mais de 3,5 mil empresas brasileiras aderiram ao movimento com um compromisso de manter os quadros de pessoal em meio à crise econômica provocada pelo coronavírus), onde ninguém foi desligado, e na verdade, contratamos mais colaboradores e outras iniciativas para tentar minimizar os efeitos. Não paramos nenhum dia, grande parte de nossos clientes é considerado ‘serviço essencial’, e venturosamente, conseguimos manter nossas operações, empregos e conservar a saúde financeira e econômica do grupo Tracbel.
Vocês faturaram até setembro deste ano 2 bilhões de reais. Foi um crescimento de 66%, depois de já ter crescido 15% no ano passado, impulsionado pelo setor de commodities agrícolas e de mineração. Dobraram de tamanho praticamente mesmo e com a pandemia. Falemos da sempiterna COVID. Como a empresa está enfrentando esses dois anos? Foram muitas reformulações para lidar com os nefastos dias de confinamento?
Nós fizemos algumas mudanças importantes, principalmente no modelo de atendimento, uma vez que nosso setor é bastante tradicional. Uma venda que era presencial, e lavava meses, preciso se adaptar rapidamente, em especial na parte de vendas. Em abril de 2020, início pandemia, estabelecemos uma meta e uma campanha para vender 30 equipamentos que tínhamos em estoque. Fizemos investimento direcionado para mídia e vendemos o triplo, 93 máquinas. Sem nenhum contato presencial com os clientes, com toda segurança. E acredito que seja uma transição que se perpetuará. Rapidez e assertividade. No pós-venda, nosso e-commerce cresceu 10 vezes durante o confinamento, e de 300 mil a 500 mil de volume de vendas por mês de peças, saltamos para 5 milhões de reais mensais. 7 dias por semana, 24 horas por dia, o cliente pode contar com nosso sistema.
Tracbel é uma empresa com 32 filiais, atua em 11 estados brasileiros, com cobertura de 70% do mercado nacional. Há previsão de mais amplitude nos próximos anos?
Sim, temos investimentos previstos em Minas Gerais, Piauí, Pará, Maranhão. Ampliações de unidades já existentes e novas filiais, além de investimentos em tecnologia.
Dos setores dos quais a Tracbel presta serviço, quais hoje em particular, poderiam ser considerados mais vantajosos entre mineração, construção pesada, civil, siderurgia, logística, agrícola e florestal?
Todas elas carregam muito potencial, assim como o Brasil. O setor de construção tem uma perspectiva positiva no próximo ano, com uma expectativa de crescimento positiva e cada um deles pode ser considerado grande dínamo do desenvolvimento e do progresso. Nós procuramos agregar valor aos clientes, principalmente aos que trabalham 24 horas por dia e que tem demanda de assistência e reposições.
Como é representar brands importantes como a Volvo Construction Equipment, Michelin aqui no Brasil? Como andam as relações?
São relações duradouras e de excelentes qualidades, tanto para fornecedores quanto para clientes. Não se abalaram, nós nos adaptamos como todos fizeram, e estamos saudosos de contato interpessoal, mas temos que ter paciência e sapiência de que em breve tudo se normalizará.
Conte-nos sobre o trabalho de venda e pós-venda dadas marcas tão abrangentes em seu portfólio?
Por melhor que seja o equipamento e maior tecnologia disponível, sem um pós-venda eficiente, o cliente não se fideliza. O Grupo Tracbel conta com vasta ênfase nessa área, com por exemplo, diagnósticos remotos e rápidos. Além disso, tecnologia e informação para no atendimento estão sempre em nossos radares.
A unificação de identidade refletiu um movimento consistente do Grupo Tracbel no reforço de sua imagem corporativa. Como surgiu essa ideia?
Desde 2005 vínhamos fazendo aquisições, o a unificação é uma estratégia que veio fortalecer nossa marca. Implementamos processos com o jeito “Tracbel” e recentemente fizemos isso com a unidade de negócios caminhões e ônibus. Crescimento de mercado através de aquisições e alinhamento com o cliente para que ele saiba que o padrão de qualidade da empresa perdurará.
Ainda são promissores, dadas as mudanças recentes, investimentos em equipamentos chineses no mercado brasileiro?
O câmbio é um desafio, mas o potencial do país não só em construção, mas estrutura num geral, há um mercado sim promissor a ser explorado. Os equipamentos chineses, e de muitos outros países e fabricantes, continuam sim com chances de prosperidade, mas esse gargalo visto com as dificuldades do coronavírus podem trazer um volume de nacionalização maior para o Brasil. Uma conversão no modelo de fornecimento, uma regionalização de itens, uma vez que nós temos todo o potencial para ser líder, um ‘hub’, e aumentarmos nossa capacidade produtiva.
Atuar em outras linhas de negócio, como a venda e manutenção de caminhões e ônibus na região Norte do país, outra iniciativa sua, fez toda diferença no faturamento?
Sem dúvida, uma vez que acreditamos muito nessa diversificação de negócios e regiões. Em 2005 só atuávamos em 3 estados, a partir daí o movimento de expansão tomou forma. E, em 2016 com a aquisição da rede de concessionários da linha Volvo, aconteceu a amplificação e tal curva representa hoje, 30% do nosso faturamento.
Outra ideia sua foi a tradicional participação nos lucros, a empresa adotou um bônus extraordinário para os funcionários 100% atrelado à satisfação do cliente. Divisor de águas?
Foi um incentivo à mais. Já trabalhávamos com participação de resultados há alguns anos, e consideramos justo e um papel social. Mas esse ano, estabelecemos esse bônus e no mesmo ano que implementamos essa apolítica, ganhamos a nota 9,7 já mencionada. No fim das contas o que conta é satisfação dos clientes e com ele lépido, poderemos atingir outras metas. Nosso colaborador se sentindo valorizado, reconhecido, traz sim um novo fôlego para cada um deles.
Falando de futuro, como vocês projetam os próximos anos e quais suas expectativas?
Acredito que continuaremos nesse movimento de crescimento, seja com novas unidades de negócio, seja com tecnologia, disponibilidade técnica mais presentes e nosso setor evoluindo muito nesses 2 anos. Acredito também na melhora cada vez mais proeminente de nossos índices econômicos e num progresso substancial.