A mil por hora
17 December 2019
Profissionalização é o mantra que se repete no setor de locação de máquinas e equipamentos na América Latina. E não é por acaso, visto que a locação de equipamentos não é simples como pode parecer. Os fluxos constantes de maquinário e capital, a necessidade de manutenção permanente e o equilíbrio entre depreciação de ativos e margens de lucro fazem com que este seja um negócio realmente para profissionais.
Certamente este é o caso da rede Casa do Construtor, locadora de máquinas e equipamentos leves que inovou em muitos aspectos do negócio. A empresa abriu suas portas para um dia de debates sobre o mercado de locação, evento que contou com a participação de Ken Hughes, da American Rental Association (ARA).
Inovação
O mais inovador da Casa do Construtor foi que desde o início a empresa apostou num modelo compartilhado, as franquias. Se hoje em dia a empresa tem 275 lojas no Brasil e uma no Paraguai, tudo se deve a que estabeleceu um padrão de operação, o testou e pôs à disposição de empresários interessados a locar produtos sob sua marca.
De maneira que a ambição atual da empresa é chegar em 2027 aos 1.000 locais abertos no Brasil e outros lugares da América Latina. De acordo com um dos fundadores, Expedito Arena, “para nós trabalhar em grupo é fácil e ao mesmo tempo fundamental. Não existe um negócio sadio que seja bom só para uma das partes. Por isso, nosso sonho é chegar em 2027 com 1.000 lojas e um nível de faturamento total de cerca de R$ 1 bilhão”.
Hoje em dia, a receita anual da Casa do Construtor é de cerca de R$ 240 milhões. Em suas lojas próprias, na administração central da rede e nas lojas franqueadas, trabalham um total de 1.700 pessoas. “O setor de locação só será grande de verdade quando for mais profissional”, disse ao público Altino Christofoletti, o outro sócio fundador da Casa do Construtor.
Com a intenção de alcançar um maior grau de profissionalização do setor de locação no Brasil, a empresa convidou o diretor de desenvolvimento de negócios da ARA para debater com os representantes locais de várias empresas de locação.
Visão de fora
Ken Hughes trouxe interessantes informações para o debate com os locadores brasileiros. De acordo com ele, o mercado brasileiro é promissor e enfrenta desafios que também acontecem nos Estados Unidos e outras economias desenvolvidas. Um deles é a dificuldade de explicar a importância do trabalho institucional como forma de organizar o setor.
“Em geral, as empresas maiores do setor sabem que ter uma associação forte lhes traz força coletiva, mas nem sempre as empresas médias e pequenas reconhecem isso”, disse ele, afirmando que a profissionalização setorial depende disto.
“Por exemplo, o tema dos seguros é sempre um drama para os locadores, porque os equipamentos locados estão sujeitos a uma depreciação mais forte e precoce. Isto pode desequilibrar o orçamento de uma locadora. Nós na ARA resolvemos este problema montando uma empresa seguradora, que é nossa e presta um serviço aos associados em melhores condições”, contou Hughes.
Este é um claro exemplo de como uma associação empresarial pode desenvolver sistemas e maneiras de trabalhar que sejam inovadores, com potencial de mudar o mercado para melhor.