A Müller vem aí
24 November 2020
O nome Müller certamente soará familiar àqueles que trabalharam com pavimentação asfáltica no Brasil desde os tempos mais antigos. Trata-se de uma tradicional marca de rolos compactadores que, há pouco, anunciou um importante investimento para crescer no mercado do país: adquiriu a divisão de equipamentos das Empresas Randon, grande grupo industrial do sul do país.
A divisão Randon Vaículos é onde as Empresas Randon tinham seu portfólio de equipamentos para construção, como a retroescavadeira RD406, a minicarregadeira RD75R, a pá carregadeira RD410 e o caminhão RD 430Me. Com a compra desta linha, e outros ativos associados, a tradicional marca de compactadores pode agora entrar no mercado mais importante de máquinas pesadas.
Hoje em dia, a Müller faz parte do Grupo Romac, que é uma empresa distribuidora de equipamentos pesados que representa marcas como a Doosan Bobcat, Ammann e Pramac no sul do Brasil. Incrementando sua marca de produtos industriais, a Romac se torna, segundo a própria empresa, o principal player nacional no mercado de linha amarela, no que diz respeito a portfólio de máquinas.
Consolidar o investimento
Jefferson Recus, diretor administrativo da Müller, disse à CLA que o objetivo nos primeiros anos após a aquisição será o de consolidar o investimento. “Com a esta aquisição, a Müller passa a ter o maior portfólio de linha amarela no Brasil, e nossa ideia é fortalecer a divisão industrial. A produção será de entre 40 e 50 máquinas por mês, ritmo que será igual ao que era mantido na Randon Veículos”, afirma. A fabricação será na unidade fabril da Müller em Gravataí, no Rio Grande do Sul.
Com a aquisição, a Müller herda a rede de distribuição dos equipamentos Randon, o que de imediato amplia exponencialmente seu alcance comercial. De acordo com Recus, a intenção é manter a rede de distribuidores em todos os estados, com exceção dos estados do sul do país, onde a própria Romac atuará em venda e pós-venda das novas máquinas Müller. Para o resto do Brasil e demais países latino-americanos que tenham a marca de máquinas Randon, a ideia é que estas empresas passem agora a representar a linha de máquinas Müller.
Em conclusão, Jefferson Recus diz que não é o momento para ampliar ainda mais o portfólio. O plano de curto prazo, na realidade, é absorver de maneira eficiente a fabricação dos modelos da Randon para estabelecer a Müller no mercado de linha amarela do Brasil e países vizinhos.
Mas nada impede imaginar que novos desenvolvimentos possam vir no futuro. “Hoje em dia a Müller tem cerca de 35 pessoas trabalhando, e com este projeto poderemos chegar a ter uns 80. E temos nossa própria engenharia para desenvolver produtos”, comenta o executivo.
De maneira que, se tudo lhes for bem, muito possivelmente a marca terá mais presença nas prefeituras, obras civis e manutenções urbanas no Brasil, que são os nichos de mercado de entrada para equipamentos amarelos. Se o país retomar os investimentos em infraestrutura, mais chance haverá para a Müller voltar com tudo ao mercado.
“Junto com a compra do negócio da Randon, estamos adquirindo o know-how. É bom para o Brasil ter uma grande marca nacional para seu mercado interno e toda a América Latina”, define Jefferosn Recus.