Empresas ameaçam parar obra do Canal do Panamá
02 January 2014
O consórcio responsável pela construção de um terceiro jogo de eclusas no Canal do Panamá ameaçou suspender os trabalhos caso as autoridades não lhes repasse um novo financiamento de US$1,6 bilhão.
A empreiteira espanhola Sacyr, líder do consórcio Grupo Unidos por el Canal, deu um ultimato à Autoridade do Canal do Panamá neste 2 de janeiro, estabelecendo um prazo de 21 dias para resolver o problema. A autoridade adjudicou o contrato para construir as novas eclusas pelo valor de US$3,2 bilhões, em 2009.
O consórcio afirma haver feito reclamações a várias autoridades panamenhas a respeito do aumento dos custos em função de circunstâncias não previstas. Dizem as empresas que o protesto foi feito até mesmo à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara do Comércio.
A Sacyr e suas associadas – a italiana Impregilo, a belga Jan de Nul e a panamenha CUSA – afirmaram que mantêm um diálogo aberto com a Autoridade do Canal, com a finalidade de resolver a questão.
A resposta da autoridade
Jorge Luis Quijano, administrador máximo do Canal do Panamá, não aceitou o ultimato. Disse ele que as empresas devem respeitar o contrato que assinaram e acusou o consórcio de tentar forçar a organização a negociar fora do estabelecido pelo contrato.
O projeto total de expansão do Canal do Panamá foi orçado em US$5,25 bilhões. Os primeiros trabalhos começaram em 2007, com o objetivo de permitir a passagem de navios de maior capacidade.
Além da construção de novas eclusas tanto no lado Pacífico como no Atlântico, o projeto prevê o aprofundamento e alargamento do canal de navegação. No dia 30 de novembro, a Autoridade do Canal informava que o projeto total já tinha 70,7% de avanço, e que a construção das novas eclusas estava 64% pronta.
Sacyr
Enquanto na América Central a empreiteira reivindica mais financiamento para completar as obras, em Madri a Sacyr viu o valor de suas ações despencar 8,95% nessa primeira jornada financeira de 2014.