Financiamento chinês supera os do BIRD e BID
27 February 2015
Um estudo do centro de pesquisas Diálogo Interamericano, que tem sede nos Estados Unidos, vem acompanhando a evolução dos financiamentos chineses na América Latina desde o ano de 2005. Seu mais recente relatório é relativo ao ano passado, quando o país asiático emprestou à região mais capital do que os bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento juntos.
O total do financiamento chinês oferecido aos governos latino-americanos em 2014 foi de US$ 22,1 bilhões, enquanto o BIRD e o BID juntos emprestaram US$ 20 bilhões ao longo do ano à América Latina.
Em 2014, o Brasil foi o país que mais recebeu fundos chineses, com US$ 8,6 bilhões, seguido pela Argentina com US$ 7 bilhões, Venezuela com US$ 5,7 bilhões e o Equador, com US$ 820 milhões.
Mas ao considerar os empréstimos desde o ano de 2005, quando a análise começou, a Venezuela tomou emprestado, de longe, a maior proporção do financiamento chinês à região, com um total de US$ 53,6 bilhões, sendo seguida pelo Brasil, com US$ 22 bilhões, Argentina com US$ 19 bilhões e Equador, com US$ 10,8 bilhões.
De acordo com o centro de pesquisas, o governo chinês financia majoritariamente as atividades de extração de minérios e construção de infraestrutura na região latino-americana. Os pesquisadores confirmam o que muitos comentam: a China faz de seus aportes financeiros uma ferramenta diplomática que serve para aumentar sua influência política nas Américas.
Dos US$ 119 bilhões emprestados pela China à América Latina desde 2005, a maior proporção proveio do Banco Chinês para o Desenvolvimento (US$ 83 bilhões), enquanto o banco de comércio internacional Eximbank aportou US$ 20,9 bilhões do total.