Sob controle
05 November 2014
Hospitais, pontes, metrôs, indústrias siderúrgicas, cimenteiras, petroquímicas e papeleiras. Estas são só algumas das áreas em que atua a Furacon, empresa brasileira com 21 anos no mercado e que conta com mais de 400 equipamentos de corte, perfuração e demolição. Mesmo que nestes anos ela tenha se dedicado a atender o mercado local, já teve experiências em projetos na Bolívia e na Venezuela.
Nesse último país, participou de um de seus projetos mais emblemáticos. Contratada pela Odebrecht em 2007, a empresa assumiu o desafio de demolir o tanque “Hornos de Cal”, para a implementação do projeto “Metro Cable” em Caracas. A obra foi contratada pelo governo venezuelano.
Um dos principais desafios do projeto se relacionava com a posição geográfica da estrutura, que tinha moradias a 3,5 metros de distância, impossibilitando sua demolição através do sistema convencional. Qualquer alternativa tradicional, além de afetar a qualidade de vida dos vizinhos, poria em risco a segurança da comunidade. Assim, optou-se pelo sistema de demolição controlada, que permitiu evitar riscos para a população do entorno. O processo durou 65 dias e foi dividido em três etapas. A primeira consistiu na retirada da cúpula, depois foram retirados os pilares e paredes laterais, e então na última fase finalmente foi removida a base do tanque.
No total, entre máquinas, acessórios e pesas de reposição, foram transportados por via aérea 3.645 quilos de material para o projeto.
Demolição controlada
O caso na Venezuela foi apenas um dos projetos no qual a Furacon utilizou o sistema de demolição controlada. Este método consiste em destruir, total ou parcialmente, uma estrutura de concreto armado ou estrutura rochosa, através de cortes com serras diamantadas (sistema Wall Saw) e fios diamantados (sistema Wire Saw), sem que se afete a sua periferia ou qualquer estrutura que esteja próxima. São sistemas que não causam vibração, ruído ou poeira, e que além disso, podem ser operados à distância.
Alberto do Nascimento Libanio Neto, diretor comercial da marca, explica que as vantagens do sistema em comparação com a demolição convencional são sua segurança e limpeza, a velocidade superior de execução dos trabalhos e a utilização de equipamentos de última geração, mais portáteis e com grande versatilidade. “Os segmentos que mais utilizam os serviços de demolição controlada são hospitais, agências bancárias ou, em geral, aqueles que não podem deter sua operação; é nesse momento que a demolição controlada atua, porque seus equipamentos não produzem vibração nem ruídos e é a metodologia mais segura que existe atualmente no mercado”, afirma.
A demolição controlada tem uma série de vantagens sobre a demolição tradicional que, segundo a empresa, devem ser consideradas no momento de optar por essa tecnologia.
No entanto, apesar das vantagens do sistema, o mercado latino-americano em geral, e o brasileiro em particular, ainda é reticente com ele. E é aí onde está, segundo a empresa, a principal dificuldade a enfrentar. “O mercado da demolição controlada, onde a Furacon é uma das maiores empresas deste ramo, ainda é muito pouco conhecido, pois prevalece a cultura da demolição convencional, com enormes e barulhentos martelos, acoplados em máquinas pesadas e com pouca mobilidade, que julgam realizar um trabalho mais rápido e mais barato, na visão de muitos empresários”, explica o diretor.
O executivo afirma que apesar de ter um valor aparentemente superior, a demolição controlada geralmente é a melhor alternativa. “Não é uma verdade absoluta (o custo maior). A demolição controlada gera não só um trabalho mais limpo como mais rápido, e é dessa rapidez que vem a economia, consolidando um custo benefício muito mais atraente para o cliente”.
Além dos custos, existem outros fatores que explicam a resistência do mercado. Desconhecimento de suas vantagens, falta de conhecimento sobre o tema pelas pessoas responsáveis pela contratação, carga tributária elevada sobre os equipamentos importados e mão de obra, e falta de investimentos dos órgãos públicos em grandes obras são fatores determinantes para que isso ocorra.
Tecnologia
O uso de novas tecnologias e equipamentos é fundamental para ser um dos líderes em um segmento competitivo como o da demolição. Para consegui-lo, uma prática habitual da empresa é visitar constantemente feiras do mundo inteiro dirigidas à construção civil. Nelas, habitualmente encontram as principais novidades em tecnologia.
O diretor da empresa destaca que “hoje em dia a Furacon é uma das empresas mais completas no que diz respeito às novas tecnologias. Com equipamentos de última geração e treinamentos constantes, conseguimos gerar soluções para nossos clientes, sob medida para atender suas necessidades”. Para essas tarefas, a marca conta em sua frota com o robô Husqvarna DXR 310, um dos mais avançados no mercado da demolição. O equipamento, além de ser adequado para ambientes exteriores e interiores, pode fazer pequenos trabalhos de escavação. Além disso, é capaz de demolir a grande maioria dos materiais existentes, inclusive os mais duros, como o concreto.
Futuro
A empresa, que na atualidade trabalha somente em obras locais, tem em execução cerca de 12 projetos que incluem a recuperação e a ampliação do Porto da MULT Terminais no Rio de Janeiro, e obras em diversas linhas do metrô de São Paulo.
A Furacon tem como objetivo imediato inaugurar ainda esse ano sua nova sede, que além de ser própria, será três vezes maior que o lugar em que estão instalados atualmente.
Segundo explica o executivo, o mercado da demolição não é diferente de qualquer outro no ramo da construção. O cenário vai apresentando novos desafios que as empresas devem superar. Nesse sentido, ao falar de médio e longo prazo, Libanio assegura que “para os próximos anos pretendemos continuar buscando a excelência de atendimento aos nossos clientes, com a continuidade de treinamentos aos nossos colaboradores, aumentando a nossa frota de veículos, adquirindo novas tecnologias de demolição controlada que forem lançadas no mercado e continuando a manter o padrão Furacon de atendimento ao cliente”.